12/12/2007

E foi assim com Maria Almira Medina


À Conversa com Maria Almira Medina

Um grupo de alunos do ensino secundário e membros do corpo docente a que se juntaram alguns convidados (representante da Associação de Pais e representantes da C.M.S. e das Juntas de Freguesia do Cacém e de Agualva) a pretexto do lançamento do seu último livro de poemas - Um Tempo de Cata-sol - marcaram encontro com Maria Almira Medina na Biblioteca da Escola Secundária de Ferreira Dias, no dia 7 de Novembro.
Maria Almira regressou à escola onde foi professora há muitos anos, trazendo desta vez na bagagem os seus poemas, livros, desenhos, caricaturas e muito mais surpresas para partilhar com todos os que estiveram presentes. Durante cerca de duas horas (e o tempo foi curto!) houve oportunidade para se falar do extenso e variado curriculum de Maria Almira, que aliou a sua profissão de professora à actividade de pedagoga, de poetisa, artista plástica e jornalista.
Nas paredes da biblioteca estavam expostas algumas das suas serigrafias, sobre a mesa apresentavam-se duas cabeças de bonecas como exemplo da sua obra cerâmica e ainda penduradas algumas peças de trapologia, actividade a que ultimamente também se tem dedicado.
Os alunos leram alguns poemas seleccionados dos seus livros e falou-se ainda da sua faceta de ilustradora, que a levou, por exemplo, a desenhar muitos dos nossos grandes poetas. Para o final, estava guardada a surpresa que deixou Maria Almira comovida: os alunos do 12º Ano turma A dedicaram-lhe este texto:


À Maria Almira Medina

(uma aluna)
Quando eu for grande
Quero ser como a Maria Almira
Bonita
Artista...

(quatro alunos)
Quando nós formos grandes
Queremos ser como a Maria Almira
Bonitos, artistas
Poetas, jornalistas...

(uma aluna)
Quando eu for grande...

(a turma)
Quando nós formos grandes
Queremos ser....
Escritores, empreendedores
Exigentes, activos, vivos,
Amigos, orgulhosos,
Modestos, generosos
Sonhadores, apaixonados
Jovens

Como a Maria Almira, já senhora e sem idade

03/12/2007

CONVITE À LEITURA

O livro começa com o nascimento dramático de Gabriel. A mãe, sozinha em casa, e ocupada a passar a ferro o enxoval para o bebé que aí vem, e já serviu aos dois irmãos mais velhos, nem repara que o gato preto, sempre a brincar à roda das suas saias, lhe arranhou as pernas, rompendo‑lhe as varizes com as unhas. Começa a sentir um zumbido nos ouvidos, as pernas frouxas, uma vertigem e «no soalho doirado de asseio, uma nódoa vermelha e escura alastra e reluz sombriamente. Sangue!». Felizmente, os vizinhos de baixo dão por isso e socorrem a tempo a mãe e a criança, numa solidariedade entre vizinhança que se protege e estima. Depois vamos conhecendo o resto da família e acompanhando o seu trajecto ao longo dos anos, sem nunca perder de vista o pequeno Gabriel, através de cujos olhos vamos observando a vida nos bairros populares de Lisboa, no início do século XX, entre o fim da Monarquia e os alvores da República. É a Lisboa dos pregões populares, das varinas e muitos outros vendedores, dos eléctricos, dos piqueniques fora de portas e das idas à praia do Dafundo.
A história evoca a infância e adolescência do próprio autor, nascido em Alfama em 1901 e falecido em Nova Iorque, em 1980.