30/03/2011

JOSÉ LUÍS PEIXOTO

JOSÉ LUÍS PEIXOTO VOLTA À FERREIRA….

2ª feira, 4 de abril, 10 horas na SR Leitura de Poemas.

Leitura de excertos de obras do autor.

Diálogo com o escritor.


27/03/2011

FOTOGRAFIA DA SEMANA

Cervantes passou por Lisboa e, com a pressa, veio só D. Quixote. Sancho Pança teve outros afazeres.


Então de que estávamos à espera?


Intacto, fica apenas o essencial. O belo arco, onde Gulliver já fez das suas num cenário dos liliputs. Tudo o resto está um caos. Valeu a D. Quixote o monte de terra para onde levou o seu jumento. Dali, (não é o Salvador…., é mesmo o sítio) tem uma vista privilegiada do Tejo que em Espanha já era seu, mas sem o encanto destas margens que levaram tantos Sanchos, não foi o Rei, já estava noutros domínios, coitado, mas os Panças, os espertos indigentes que se safaram de castigos, ou eram curiosos e partiram nas viagens de descoberta e navegaram para nos trazerem a canela e a pimenta. E depois o ouro, lá do Brasil, para que D. José, o verdadeiro cavaleiro do cavalo verde, que ninguém se atreveu a esconder, pudesse apreciar permanentemente o Tejo seu, a cidade bela de luz e, ao virar a cara, também apreciasse a cidade, com a esperança que o Marquês voltasse a pôr ordem e acelerasse obras que nenhum dos personagens desta estória mereciam.


Assim, quase tudo o que está escrito é mentira. A mentira dos marinheiros-ogres, dos moinhos de vento, dos Sanchos que não vieram ou partiram, de D. Quixote feito herói por Cervantes que não esteve em Lisboa e nunca viu ninfas nem Nereides da Ilha dos Amores. Só ficaram os Gulliveres, aqueles que conseguiram colocar e devolver, ao fim de muitos anos, o amarelo na Praça do Cais, chamada do Comércio, das belas Colunas, das pressas e dos encantos, dos encontros, dos olhares que já esqueceram o que talvez nunca vissem (só incomodava) e agora lá está D. José e a sua imponência, e o Marquês em linha recta, a conversarem, sobre Lisboa, sempre, sempre ‘Menina e Moça’!


Foto: Osvaldo Castanheira - Texto: Maria dos Anjos Fernandes



20/03/2011

FOTOGRAFIA da SEMANA


Não pode ser muito onírica a sensação de olhar e ver esta foto. Tem tudo para parecer normalizada, apresentando-nos o famosos e velhinho Globo Terrestre, mas também tem tudo para ser tenebrosa e causar-nos arrepios de um sólido tsunami. Se lermos o texto, percebemos que se trata de mostrar um trabalho feito para uma exposição e chocar, não pela exposição em si, mas pelo martírio artístico, obrigacional e sem qualquer prazer que deve ter provocado na artista. Presumo que depois de a realizar, se afastou de tal maneira do espaço (globo) terrestre, que desapareceu num qualquer cenário de alliens e não mais regressou.


Depois temos a tenebrosa guardiã da exposição: foi ‘escolhidinha a dedo’, não disfarça o frete de não saber os males que terá feito em vidas anteriores, para lhe atribuírem tão despropositada tarefa. Não disfarça a malvadez, nem a cara carrancuda esconde o horror de assustar o visitante. Se querem um conselho, não vão lá, fujam a sete pés, se não dela (mefistofélica, que até colocou uma tabuleta a dizer que podemos levar tudo, prontinho, como se de ‘comidinha a peso’ se tratasse), de tudo o resto….



E se a exposição já estiver noutra dimensão, de regresso ao futuro, sem sabermos? Não será ela a autora dos globos cheios de terra ou fita-cola a disfarçar (que será aquilo castanho?) que, arrependida por tão má escolha, nos esteja a chocar ainda mais, fazendo da sua cara outro globo monstruoso?

Apesar de tudo parecer errado: o gosto – indiscutível – de imaginar o planeta conspurcado e entrapado, não desanimemos! Pensemos na bela imagem que a Apollo XI tirou da “nossa redondinha”, do nosso planeta azulinho a flutuar no espaço universal da Via Láctea que arrepiaria de emoção o velhinho Tales de Mileto e até Galileu. Depois colemos definitivamente nas prateleiras os globos e, quiçá, possamos emparedá-los juntamente com a menina-funcionária-sabe-se-lá-o-quê, para não nos assustarmos mais com tamanhas fealdades!







Foto - Osvaldo Castanheira - Texto: Maria dos Anjos Fernandes

SEMANA DAS CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

PROGRAMA:

18/03/2011

SEMANA DAS CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS


SEMANA DAS CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS


CONCURSO JOVENS CIENTISTAS


O 19.º concurso Jovens Cientistas e Investigadores, organizado pela Fundação da Juventude, tem por objectivo estimular a cooperação e o intercâmbio entre jovens cientistas e investigadores, promovendo novos talentos nas áreas da ciência, tecnologia, investigação e inovação.
Destina-se a premiar projectos científicos realizados por alunos que frequentam os ensinos básico e secundário e o 1.º ano do ensino superior, com idades compreendidas entre os 15 e os 20 anos.
Podem ser apresentados trabalhos, individualmente ou em grupo, com o máximo de três elementos, numa das seguintes áreas científicas: biologia, ciências da Terra, ciências do ambiente, ciências médicas, ciências sociais, economia, engenharias, física, informática/ciências da computação, matemática e química.
A submissão dos projectos decorre, por via electrónica, até 16 de Abril. Os trabalhos premiados e outros projectos seleccionados para o efeito vão integrar a V Mostra Nacional de Ciência, a decorrer de 26 a 28 de Maio, no Museu da Electricidade, em Lisboa.

Para mais informações, consultar:
• A página da Fundação da Juventude – Concurso Jovens Cientistas e Investigadores:
http://www.fjuventude.pt/pagnoticias-143-19a-edicao-do-concurso-de-jovens-cientistas-e-investigadores
Informação fornecida pela professora Helena Freitas e disponível em :
http://www.min-edu.pt/

SEMANA INTERNACIONAL DO CÉREBRO


No âmbito da Semana Internacional do Cérebro e dinamizado pela turma 12º C1 – Projecto “ Aromaterapia e a Memória Declarativa” desenvolvido pelos alunos João Relvas, Pedro Mateus, Rosana Silva e Vanessa Tolentino e orientados pela professora Helena Freitas, deslocam-se à escola no dia 29 de Março de 2011 pelas 10.00 h dois neurocientistas do Programa de Neurociências da Fundação Champalimaud.
Esta iniciativa, organizada pela Sociedade Portuguesa de Neurociências em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Bioquímica e a Ciência Viva, pretende divulgar os progressos e os benefícios da investigação científica na área do cérebro.
O programa de Neurociências da Fundação Champalimaud contempla a área temática:
“Os Neurocientistas Vão à Escola”
em duas sessões de 45 min cada uma para as turmas 12º C1, 12º C3 , 12º C4 e 12º C6, asseguradas por investigadores da Sociedade Portuguesa de Neurociências.

Os Alunos do 12º C1 :
João Relvas
Pedro Mateus
Rosana Silva
Vanessa Tolentino

E a professora Coordenadora
Helena Freitas

14/03/2011

ATREVE-TE A LER

E a crónica vencedora do mês de Fevereiro, é:

A MENINA DO MAR – SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
CRÓNICA

Esta história de Sophia de Mello B. Andresen fala-nos de coisas fundamentais para a vida. Fala-nos da amizade, da partilha, da alegria, da tristeza e da saudade. Fala-nos também daquilo que podemos aprender uns com os outros, embora numa terra e num mar de faz-de-conta. Mas, com é uma história, tudo tem de ser a fazer-de-conta.
Há um rapaz que vive na terra, numa casa que até tem um jardim e flores, gosta do mar onde não pode viver, só olhar, nadar e aquecer-se na areia e nas rochas quando há sol.
Depois, num dia habitual, há coisas estranhas que aconteceram. Risos mágicos de um peixe, de um polvo, de um caranguejo e de uma menina muito, muito pequenina. Conheceram-se sem precisarem de saber os nomes, eram apenas o rapaz, a menina, o polvo, o peixe e o caranguejo. Tornaram-se amigos e partilharam os segredos e as coisas mais banais das suas vidas. O rapaz foi mostrando como na Terra existem épocas, estações do ano, com coisas que as diferenciam: na primavera há flores, no verão o calor do sol aquece como o fogo, no outono, as colheitas dos frutos, as vindimas, que permite
m colher os frutos das videiras e fazer vinho que dá muita alegria quando se bebe em cálices muito pequeninos.
Foi então que o rapaz teve vontade de conhecer e viver no mar e a Menina teve vontade de conhecer e viver na Terra.
Mas a Menina era como uma sereia pequenina, não podia sair da água, ficava seca como uma folha de jornal e morria. O Rapaz não podia viver no mar, afogava-se e morria também.
Decidiram fugir os dois: o Rapaz colocava a Menina num balde com água e podia mostrar-lhe as maravilhas da Terra. Isto foi o que eles imaginaram. Não puderam fazê-lo. Outros polvos ouviram, foram contar à Raia, Rainha, para quem a Menina dançava nas festas marinhas e os amigos tiveram de separar-se. No mar, também há castigos, a Raia enviou a Menina para outros mares e outras praias. A partir daí, a alegrias transformou-se em tristeza, a saudade que fica nos corações quando aqueles de quem gostamos se vão embora. Viviam infelizes, um sem o outro.
Até que um dia, surgiu no céu uma gaivota com um presente estranho para o rapaz.
Querem saber o que era?
Leiam a história e fiquem a saber que, quando a amizade é verdadeira, Terra e Mar, são apenas lugares possíveis para que a felicidade aconteça.

Parabéns à vencedora Isabel Garcia

13/03/2011

FOTOGRAFIA DA SEMANA

A ROTUNDA
Dizia Victor Hugo que ‘a vida não passa de uma oportunidade de encontro’. Mas o passado nem Victor Hugo não voltam e não podem imaginar que há na vida coisas, muitas, que nunca se podem encontrar. Olhemos esta ilha de árvores, paradoxalmente uma rotunda (será mesmo ou não será, sendo apenas uma apertada curva de uma qualquer serra ou montanha do nosso “des-contentamento”?- Imaginemos o que os nossos olhos quiserem, em qualquer dos casos é um deslumbramento em nenhures….) que cumpre as devidas funções que os senhores do Código da Estrada determinaram, numa moda às vezes carnavalesca. Bem, estas árvores encontram-se num espaço, próximas como aqueles amigos que estão ali sempre connosco, aconteça o que acontecer. E como é bom e nós gostamos e ficamos felizes. Mas depois, olhamos melhor e observamos (sim, nós somos pessoas atentas) que aquele morrozinho veio mesmo a calhar! Transformaram-no em rotunda (pois assim seja e assim fique!), mas não deram conta que as árvores já não sorriem, estão sós e projectadas num vazio onde têm apenas o céu e as estrelas, quiçá a lua e o sol quando brilha. Terão a chuva a escoar-se por ali abaixo para o asfalto que não a absorve e para nada lhe serve. Se não a beberem pelas folhas, morrerão desidratadas e só ficará o morro/rotunda a cumprir as suas magníficas funções…..

Mas o que desvirtua mais o sábio Victor Hugo é o último olhar, aquele que nos revela que há coisas na vida que nunca têm oportunidades de se encontrarem. A fazer fé no sentido que os automóveis seguem e pensando que nenhum dos condutores é um sábio louco que resolve fazer uma inversão de marcha, aí os temos, na mesma direcção seguida, cada qual com seu destino, comum no passado de se depararem com um monte de árvores a servir de obrigação ao percurso do qual nenhum sabe, nem sequer que o outro existe e também está lá e vai, e segue…

Mas será que se encontram? Será que conseguirão a oportunidade irrepetível de se encontrarem numa estrada que segue, segue em frente, o caminho que lhe fizeram, de ida e volta, sem qualquer conhecimento dos mistérios insondáveis daqueles que se querem encontrar no mesmo caminho? Coitado do morro que, sem qualquer culpa, é a antítese de Victor Hugo!

E este? Teria razão?

Será mesmo a vida uma oportunidade de encontros ou desencontros? Os verdadeiros encontros não serão tão mágicos como a quadratura do círculo e este morro não será tão só um quadrado circular?


Foto: Osvaldo Castanheira - Texto: Maria dos Anjos Fernandes