31/01/2012

PROGRAMA da SEMANA da LEITURA








Durante toda a semana:
        --- exposição de trabalhos sobre a obra “O Principezinho”, elaborados por alunos do 9º ano da Profª Antónia Palmeiro na BE;
        --- exposição de trabalhos de  alunos do 3º Ciclo  das professoras Isabel Vieira e Margarida Costa no Átrio Principal.






Produzido e postado por Carlos Cotter

À VOLTA DO PAINEL



Postado por Carlos Cotter

28/01/2012

FOTOGRAFIA da SEMANA


Nesta pista não está ninguém. Nem de partida, nem de chegada. Já estiveram. Ou todos já partiram, ou ainda ninguém chegou.
É o que acontece com todas as pistas de atletismo. São lugares utópicos, bem estruturados, numerados, medidos, organizados, mas por cada centímetro preenchido há milhões que suspiram por ter a companhia dos atletas que são a sua razão de ser. Pistas e atletas fazem parte de um todo muito fugaz, muito veloz no tempo. Há uma diferença: enquanto as pistas permanecem estáticas, estruturadas e quase sempre vazias, esperando os companheiros, as camisolas, os fatos aerodinâmicos, as bandeirinhas, a assistência, os Carlos Lopes, as Rosinhas do nosso encanto, e as Fernandas e os Mamede e os estrangeiros que não são “Made in Portugal” e dos quais não falamos, os atletas, todos eles, encaram a pista como a miragem que não podem perder. É agora ou nunca, fogem, voam como as aves, ao som de um tiro de partida (oxalá não seja falsa…) para se agarrarem a todas as forças na memória de treinos consecutivos, dolorosos. E depois partem…. E quando chegam, não há uma baga de suor ou dor que não se transforme no prazer de vencer e no amor do receber…
Depois, as ovações merecidas!
Depois o silêncio na pista…..
Depois a solidão da pista, é assim que a vemos, é assim que ela está, à espera.
Nunca desiste.
Não desistas tu também.
Há tanto caminho a percorrer!!!!
        
Foto: Osvaldo Castanheira
Texto: Maria dos Anjos Fernandes


                                                                                                                           Postado por Carlos Cotter

21/01/2012

FOTOGRAFIA da SEMANA

James Dean, ao contrário do habitual, não queria sair naquela noite. Algo lhe    dizia que as ruas da cidade estavam a abarrotar de insaciáveis, que não haveria lugar onde pudesse deixar parte da sua irreverência e, exceto a cerebral, a física tinha de ser arrumada nalgum lado…
Mas uma força interior, aquela que não lhe obedecia quase nunca, levou-o mesmo para o ar da noite, com alguma confiança no destino que os destemidos não temem. As Festas e algumas festas eram um álibi que não o deixava descansar a curiosidade do que poderia acontecer.
E saiu. Velozmente foi percorrendo destinos, o seu e de tantos outros… e as ruas apinhadas na Big Apple. Nada de novo!
De facto, tudo se confirmava. Que fazer? Levava-se a ele e à sua irreverência de volta a casa ou tentava o impossível?
Decidiu pela segunda hipótese e encontrou, vá-se lá saber porquê, um adorador de candeeiros que, encostado a um, ia desfiando um rosário de desabafos que só ele entendia, mas que lhe prometeu, a troco de uns minutos de uma loucura sã e partilhada, guardar-lhe a motinha….
Conversaram muito, trocaram tanta palavra, que descobriram ao fim de um par de horas que a noite tinha valido a pena.
James Dean não chegou a cumprir o programa das festas a que tencionava submeter-se. Extasiado com o despontar do amanhecer, decidiu voltar à terra dos seus sonhos….talvez dormir.
Quanto ao adorador de candeeiros, também decidiu regressar ao lugar de outros sonhos. Naquela noite, Vasco Santana deu por bem empregue, mesmo sem perceber quase nada de Inglês, ter saído do Parque Mayer e ter ido falar com um candeeiro a Nova Iorque.

Foto: Osvaldo Castanheira
Texto: Maria dos Anjos Fernandes







  Postado por Carlos Cotter

15/01/2012

FOTOGRAFIA da SEMANA



        Estas duas janelas perderam  toda a essência de ser ‘janelas’.
      Por elas não entra luz, nem sol, nem calor, não há nenhum gato a espreitar-nos e a aquecer-se ao sol, não há ninguém que se debruce a ver passar o tempo e a mostrar que está lá e a janela é sua.
      De cada uma destas janelas, nada se consegue ver. Os tijolos são opacos. Nenhum olhar deixam sair, nenhum olhar deixam entrar.
      Podemos supor que estas janelas foram  a alma de casas-lares, por onde entraria o mundo. Podemos supor que seriam habitadas e haveria móveis e conversas sussurradas em volta de mesas sumptuosas…
        Também podemos supor mães a embalar os seus meninos que choravam  ou riam pela beleza de coisa nenhuma, apenas pelo afago do amor supremo.
       Depois veio o tempo de um futuro vazio e todos se foram. As mães e seus meninos, os pais e seus gatos.

       As conversas pararam e lá dentro ficaram hologramas fantasmas de coisa nenhuma.

       E tijolos vieram, e tijolos ficaram, e tijolos colaram.

      Por estas janelas já ninguém vê: nem de dentro para fora, com o mundo a espraiar-se, nem de fora para dentro, com o coração a bater, por querer saber, por querer saber….

Foto: Osvaldo Castanheira
Texto: Maria dos Anjos Fernandes





Postado por Carlos Cotter

"OS SEM NATAL"


Foi no dia 15 de dezembro de 2011 que um grupo de alunos das turmas A, C e E do 9º ano presenteou duas turmas de 8ºano, com a leitura expressiva de textos sobre o natal. A atividade surgiu na disciplina de Língua Portuguesa, no âmbito do Plano Nacional de Leitura e, em parceria com a Biblioteca da Escola, onde a atividade se realizou. O objetivo essencial centrava-se na partilha dos ideais e sentimentos normalmente associados à época natalícia; contudo, quisemos subverter um pouco essa norma, lembrando os que, por motivos vários, não vivem o natal com alegria, solidariedade, amizade, partilha... os "sem-natal". A atividade decorreu com grande empenho por parte dos leitores e com grande recetividade por parte dos ouvintes que ouviram os textos sentados no chão, experimentando assim, um pouco, a sensação de não ter algo que parece tão simples: uma cadeira . Ficaram, talvez, mais sensibilizados para a ideia de "falta", ficaram talvez mais próximos dos " sem-natal".

Atividade dinamizada pela Professora Antónia Palmeiro, em parceria com a BE.

Eis algumas fotos elucidativas….










Postado por Carlos Cotter

10/01/2012

Crónica premiada do concurso "Atreve-te a Ler"


Título da obra: Bichos
Autor: Miguel Torga
Apreciação crítica desta obra:
Antes de expor a minha apreciação sobre este livro, vou fazer uma breve referência ao autor.
Miguel Torga nasceu a 12 de agosto de 1907 em S. Martinho da Anta, Trás-os-Montes, e faleceu a 17 de janeiro de 1995, em Coimbra. O seu verdadeiro nome é Adolfo Correia da Rocha e Miguel Torga é o seu pseudónimo literário pelo qual ficou conhecido.
Destacou-se como poeta, contista, memorialista, mas escreveu também romances, peças de teatro e ensaios.
Algumas das obras deste aclamado autor são: Os Contos da Montanha, Diário, Rampa, entre outras.
Como prova da grandiosidade de Miguel Torga temos a tradução dos seus livros em diversas línguas.
As obras de Miguel Torga são consideradas de carácter humanista, uma vez que nelas só a Humanidade é digna de louvores. No entanto, na obra Bichos não é isso o que acontece; aí, Miguel Torga apresenta indiferenciadamente homens e animais, unidos por características semelhantes, colocando, assim, todos no mesmo patamar.
A ideia principal deste livro centra-se numa contradição entre a vida e a cultura de uma sociedade, através da apresentação de animais com sentimentos humanos e vice-versa, numa irmandade entre homens e animais.
Este livro sensibiliza bastante o leitor para a reflexão sobre certos comportamentos humanos na interação com os animais, e, por vezes, essas atitudes não são as mais corretas.
Apenas no conto "Jesus" é que podemos encontrar sentimentos mais ténues da essência humana como a felicidade, o amor, a pureza e o respeito.
No decurso da leitura deste livro e chegando ao último conto, "Vicente", é que nos apercebemos como os animais, por vezes, perdem a sua liberdade devido às atrocidades humanas.
Valeu a pena ler esta obra porque me fez refletir sobre os meus comportamentos para com o meu animal de estimação.
E, apesar de e maioria dos contos ter um final triste, por acabarem em mortes, abandonos, torturas e outros finais trágicos, aconselho, na mesma, a leitura desta obra, pois faz-nos refletir sobre determinadas atitudes a que, por vezes, nem damos importância.

Trabalho realizado por:
Emilie Daio, 13, 10º C2
dezembro de 2011
À autora, os parabéns de toda a equipa de Biblioteca Escolar.

Postado por Carlos Cotter

07/01/2012

FOTOGRAFIA da SEMANA



Este vestido é tão lindo ou emblemático que merece estar sem corpo. Segura-se sozinho, o corpo que vestiu não está lá mas ainda lhe dá o suporte das formas, da elegância, da cerimónia em que foram juntos: o vestido e o corpo dela.
Foi num baile de gala, em Viena, para dançar nos Salões de Sissi.
Foi no baile da Rosa, sem Grace, mas junto à triste e bela Carolina.
Foi num jantar na Ajuda, com embaixadores a elogiarem o estilismo nacional….
Foi no Moulin Rouge, num espetáculo de Can-Can que ele ofereceu a ela e a pediu em casamento (ela aceitou….).
Foi num jantar romântico, com som de violinos, e o vestido despiu-se sem se despedir dela…
Foi em Casablanca, quando o vestido e Ilsa (Ingrid Bergman) dançaram com Rick (Humphrey Bogart), ao som de ‘As time goes by’.
Mas isto é tudo uma grande metáfora para exercitar a nossa imaginação.
É que este vestido é o tal: Ícone que vestiu a fadista do FADO – português - , elevado Património Imaterial da Humanidade.

Então, vestimos o vestido?

Foto: Osvaldo Castanheira
Texto: Maria dos Anjos Fernandes










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02/01/2012

FOTOGRAFIA da SEMANA


Na Bíblia é-nos dado um conselho tão simples, quanto sábio – divinamente: “Se tiveres olhos vê, se não puderes ver, repara.”

Não sei qual o preferível:
-  Se ser a suposta Mãe que dá a ver a lista quase infindável  de explicações e motivos que representaram uma Guerra Mundial que dizimou milhões de corações a bater e corpos torturados e mortos, se ser o suposto filho que só pode ainda reparar naquela imensidão de frases, sem poder ainda perceber a dimensão horrenda da barbárie.
Quase podemos ouvir as explicações pedagógicas da Mãe.
Não será difícil aceitar apenas uma leitura simples, pautada aqui e ali, por alguma explicação mais realista. Mas só isto já é terrível, não haverá tempo no passeio para falar da insanidade dos senhores de braço estendido, dos medos de Anne Frank, na desobediência audaciosa de Aristides de Sousa Mendes, numa cruz suástica bem explicadinha….
Quase podemos ouvir os ‘Ah!’ do menino, filho aprendiz da memória dos horrores. Talvez na sua imaginação vá pensando: “que bom  eu ainda não ter nascido, que bom só ouvir falar a Mãe, que bom apenas saber que houve outros meninos com outros nomes que estiveram lá e agora já não estão aqui, e eu não sei muito bem porque lhe fizeram mal”. Mas fico triste.
Porquê Mãe? Também não sei muito bem Mãe, porque estas palavras que falam da Guerra (Como é uma Guerra Mãe? Os filhos ficam sem pais ou são os pais que ficam sem filhos?), têm de ser arte e porque estas explicações se chamam ‘A Arte da Guerra’!
É a brincar Mãe?

Foto: Osvaldo Castanheira
Texto: Maria dos Anjos Fernandes